Consumido
Me esvaí. Poderia parar aqui, nessa síntese honesta de todo o resto. Mas acabarei por elaborar, pelo bem de ninguém. Para me ocupar um instante, para me comprar tempo.
O fogo que mora dentro não mora. Ou melhor, mudou-se, partiu e não deixou endereço. Tudo está morno, naquela réstia de calor que fica após a brasa apagar.
Depois, o cinza frio tomará conta. Vai ficar ali um tudo a mesma coisa, um resto de restos. Daquilo que foi, não restará nada além do sentimento de ter sido.